Um verso no escuro não tem dono
Um verso no escuro não é visto
Só se ouve, um verso no escuro
No escuro o verso fica puro
Sem face, sem pele, só a voz
E o verso que é dito no escuro
Murmuro…
O escuro é o silencio da luz?
E o verso, é o claro da língua?
E o eco?
E o escuro do beco?
E o escuro da noite?
E o açoite?
A lapada do verbo, clarividente?
Melhor ficar no escuro, sem saber? Inocente?
Abre
Acende
Ouve
Vê: és o dono do verso que escutas no escuro.