Te convido a escutar
A beleza da poesia
Do encontro entre as palavras
Com encanto e a magia
Feche os olhos e desfrute
Qual fosse uma melodia…
Sente ou deite, confortável
Respire profundamente
Inspire puxando o ar
Solte vagarosamente
Deixe que o ar penetre
E repouse a sua mente
Inspire como quem sente
O perfume de uma rosa
Expire soprando o ar
De maneira vagarosa
Ouça a respiração
Levemente ruidosa
Use a imaginação
Para adentrar num portal
De uma Floresta Encantada
Um lugar fenomenal
Em que a natureza brinca
Com a Fantasia irreal
Transpassando uma cortina
Feita de folhas pendentes
O outro lado do portal
É algo surpreendente
Folhagens de tons diversos
De atmosfera envolvente
Flores pulsam vibrantes
Com as pétalas furta-cor
Muitas folhas orvalhadas
E a sensação de frescor
Toma conta do seu corpo
A alegria vem compor
Uma clareira se abre
entre as árvores frondosas
Pássaros coloridos
E uma poeira brilhosa
Revela pequenas fadas
Criaturas maravilhosas
Ninfas e alguns duendes
Brincam de se esconder
Sorridentes e furtivos
Tímidos ao aparecer
São anfitriões minúsculos
Que vêm pra te receber
Os musgo desenha os tronos
Recobre as pedras também
Revelando a umidade
Que aquele lugar retém
É um como um jardim soturno
Nesta terra de ninguém
Uma clareira desvela
Uma gruta logo à frente
Uma fenda numa rocha
Com um lago reluzente
Onde há cristais encrustados
De brilho fluorescente
Voltando-se para a clareira
Saltam lebres pequeninas
Sobre as pedras espaçadas
Mariposas dançarinas
Voam rumo à claridade
Como fossem querubinas
Nesgas de luz perpassam
a densa copa folhosa
de uma árvore gigante
que ostenta, muito orgulhosa
um tronco robusto, enrugado
E de textura nodosa
Finos feixes luminosos
Focam trechos da paisagem
Iluminam joaninhas
que repousam na folhagem
e besouros cintilantes
que também pedem passagem
Cogumelos espalhados
Com texturas tão sortidas
De alturas variadas
E com formas divertidas
Crescem nos troncos e pedras
e por entre as margaridas
A beleza deste quadro
Lhe traz certa calmaria
Despeça-se desta cena
E dos versos da poesia
Retorne, porém sem pressa
Sentindo a sinestesia
Abra os olhos, rememore
Este lugar tão secreto
Volte sempre que quiser
Com passaporte direto
Para acalmar sua mente
ou coração inquieto
Que a poesia ao sonho embale
E o verso possa ecoar
Preenchendo o coração
De quem deixou-se levar
Pelo emanar das palavras
Do Cordel pra Meditar.
Por Mari Bigio