
Te convido a escutar
A beleza da poesia
Do encontro entre as palavras
Com encanto e a magia
Feche os olhos e desfrute
Qual fosse uma melodia…
Sente ou deite, confortável
Respire profundamente
Inspire puxando o ar
Solte vagarosamente
Deixe que o ar penetre
E acalme a sua mente
Inspire como quem sente
Um balão se encher de ar
Expire como se fosse
Ao balão esvaziar
Deixe que o ar preencha
Ocupando o seu lugar
Então vamos passear
Por um mundo de quimera
Um Jardim, um paraíso
Que estava à sua espera
Lugar cheio de magia
Onde sempre é Primavera
Aqui a atmosfera
Tem cheirinho de hortelã
Nas folhas cintila o brilho
Do orvalho da manhã
No casulo a borboleta
É uma fruta temporã
Ela é sua anfitriã
Voa delicadamente
Apresentando o jardim
Que se mostra à sua frente
Suas asas fazem cócegas
E seu voo é reluzente
Passarinhos voam rente
Em paz no seu habitat
As flores se desabrocham
E a borboleta a pairar
Se nutre do rico pólen
Que o jardim quer ofertar
As folhas a farfalhar
Com o vento vão bailando
Uma árvore bem antiga
Mexe a copa, convidando
Oferece a sua sombra
A quem vai se aproximando
O vento vai te levando
Como um tapete invisível
Te conduz suavemente
De maneira imprevisível
E te faz deitar à sombra
Daquela árvore tão incrível
Sensação indescritível
No seu corpo se derrama
É como se o vento fosse
Lençol de seda, na cama
De colchão muito macio
A colcha feita de grama
Seu cabelo se esparrama
E a grama te faz carinho
Desde o couro cabeludo
Até o pé, o dedinho
Massageia levemente
O seu corpo inteirinho
Respire mais um pouquinho
Sinta esse relaxamento
Deixe que a tranquilidade
Envolva o seu pensamento
Ouça a voz desse jardim
Desfrute desse momento
Novamente sopra o vento
E a borboleta retorna
Repousando em sua face
Sob a luz do sol tão morna
A sombra que te cobria
Agora apenas contorna
A gota na pétala entorna
Goteja como garoa
Refrescando a sua pele
E a pequena sobrevoa
Dando adeus em despedida
Cigarras cantam a loa
Nossa viagem foi boa
Mas já vai chegando ao fim
Volte aos poucos, inspirando
O frescor desse jardim
Expirando e se afastando
E dizendo adeus, enfim
O canto fica mais longe
O vento assenta e descansa
Borboleta se recolhe
Na folha verde esperança
O Jardim da Primavera
Agora vira lembrança
Abra os olhos, devagar
Ou então, deixe fluir
Que a paz seja o travesseiro
Se você quiser dormir
E que a natureza possa
Ao seu coração nutrir
Que a poesia embale o sonho
E o verso possa ecoar
Preenchendo o coração
De quem deixou-se levar
Pela brisa das palavras
Do Cordel pra Meditar.