Construí de papelão
Minha nave espacial
Pra voar por entre os astros
Do espaço sideral
.
Um foguete original
Com seus botões de tampinhas
E meu traje de astronauta
Um pijama de estrelinhas
.
Para esta aventura
Me preparei muito bem
Separei frutas pro lanche
Garrafa d´água também
.
A calculadora antiga
Virou o meu transmissor
Para me comunicar
Com o comando instrutor
.
A contagem regressiva
Começou no pensamento
3,2,1 e decolar!
Foi-se a nave me movimento
.
A vista era encantadora
Em meio ao céu estrelado
Que fiz usando a lanterna
E um escorredor furado
.
Fui navegando no espaço
Como num sonho encantado
Cheguei logo a um planeta
Um tanto desarrumado
.
Nem Mercúrio e nem Vênus
Brinquedos por todo canto
A bagunça em toda parte
Não era Marte portanto
.
Planeta desconhecido
Recebeu uma invasora:
– Depois arrume seu quarto!
Disse ela com a vassoura
.
Saí correndo dali
Para seguir o meu roteiro
Depois guiei minha nave
Rumo ao Planeta Banheiro
.
Pois lá tinha uma estação
Que precisei visitar
Deixei ali a encomenda
Para a descarga levar
.
Lavei muito bem as mãos
E deixei o tal planeta…
E assim segui rumo ao mundo
Dos livros e cadernetas
.
Muitas pastas nas estantes
Muitas histórias e discos
Ali explorei bastante
Não parecia haver riscos
.
Foi aí que um E.T.
De olhos muito aumentados
Veio logo me alertando:
– Tô trabalhando, cuidado.
.
E aquele E.T. barbado
Falou em seu dialeto
Com alguns outros E.Ts
No computador discreto
.
Talvez um clube secreto
Tipo interestelar
E de novo o E.T. falou
– Filho, eu vou trabalhar…
.
Para não atrapalhar
Eu segui na excursão
Não vi Júpter, mas Saturno
Deu pistas da direção
.
Nesse canto do universo
Qual um vórtice proibido
Ficava a cama que tinha
Campo de força embutido
.
Nela eu já dormi fugido
Nas noites de pesadelos
Ou quando fui perseguido
Por monstros cheios de pelos
.
Logo à frente, a prateleira
Com muitos anéis brilhantes
Serão anéis de saturno?
De poeira cintilante?
.
A invasora celeste
Com a arma vassoral
Apareceu por ali,
com seu tom habitual:
.
– Seu quarto é buraco negro!
Eita bagunça danada!
Se uma coisa se aproxima
No mesmo instante é tragada!
.
Eu parti em retirada
Sem ao menos avistar
Nem Urano, nem Netuno
Neste espaço singular
.
Mas cheguei a um lugar
E pousei o meu foguete
Sobre a fofa superfície
Felpuda como um tapete
.
Por ali investiguei
Se havia joia escondida
Mas só recolhi amostras
De restinhos de comida
.
Nenhuma rocha sequer
Consegui para a pesquisa
E segui na minha rota
Brincalhona e imprecisa
.
Sobrevoei a varanda
De onde avistei a lua
Ouvi uns seres lunares
Miando à noite na rua
.
Fui à área de serviço
Área restrita à presença
Lá revi a invasora
– Tô varrendo, dá licença?
.
No fim cheguei ao planeta
Que é o mundo dos sabores
Cheio de aromas diversos
Temperaturas e cores
.
A invasora voltou…
Na verdade era a Rainha
De todo aquele sistema
E da galáxia inteirinha!
.
Eu me rendi aos seus pés
E o foguete estacionei
Diante da Nave Mãe
Eu humilde me curvei
.
– Já está de noite, amanhã
Você toma o seu sorvete.
Ganhei um beijo na testa
E voltei pro meu foguete
.
Fui ao Planeta-meu-quarto
Seguindo a sua instrução
Arrumei minha bagunça
Dei por cumprida a missão!
Por Mariane Bigio
Olá Mariane. Que riqueza seus cordéis.
Gostaria de gravar o Peixe-boi em podcast e gostaria da sua permissão
Olá, pode gravar! Apenas peço que dê os créditos!