2015 começou com um convite muito especial! A produção da Bienal da UNE, que aconteceu em Fevereiro, lá no Rio de Janeiro, me encomendou 8 cordéis que contassem a trajetória dos homenageados do evento. Eram eles: Abdias Nascimento (Artes Cênicas), Carlos Drummond de Andrade (Literatura), Djanira Motta (Artes Visuais), Dona Ivone Lara (Música), Eduardo Coutinho (Audiovisual), Horácio Macedo (Projetos de Extensão), Ildeu de Castro Moreira (Ciência e Tecnologia) e Oscar Niemeyer (Arquitetura) – só fera!
A responsabilidade foi dividida com minha parêa Susana Morais (que assina a autoria de 3 dos 8 folhetos) e com Emerson Pontos, que assina a Ilustração das capas de cada cordel. O resultado foi um sucesso! Os convidados do evento foram presenteados com um kit que continha, entre outros itens, os 8 exemplares… não deu pra quem quis!
Deixo vocês com um dos textos que escrevi para um dos mais célebres homenageados: Carlos Drummond de Andrade! Salve, salve!
“Homenagem em Cordel a Carlos Drummond de Andrade “
(por Mariane Bigio)
“Ao grande Drummond de Andrade
O Cordel vem se render
E se curva ao verso livre
que tão bem soube fazer
Com tamanha maestria
Revelando que a poesia
É a arte de viver
–
Drummond nos fez entender
que a poesia também fala
de tudo que alma sente
de tudo que a mente cala
que a rima não soluciona
quando a vida estaciona
quando a dor no peito entala
–
E a sua obra exala
determinada incerteza
que pairava numa época
marcada pela tristeza
pela falta da esperança
mesmo assim deixou de herança
imensurável riqueza
–
Itabira, que beleza!
Cidade tão pequenina
Que foi de Drummond a musa
Onde iniciou a sina
De transformar-se em poeta
Sua paisagem discreta
Em Drummond se descortina
–
Sua lira se refina
Cá no Rio de Janeiro
Cidade que o acolheu
E adotou este mineiro
Que tornou-se grande artista
Que também foi um cronista
Deste povo brasileiro
–
Se um anjo, forasteiro
O abordou quando nasceu
Dizendo para ser “Gauche”
Drummond não obedeceu:
foi notável, sem igual
na poesia social
e em tudo que escreveu
–
Ironia concedeu
Às estrofes e às frases
Já no fim, o erotismo
Trazido em versos vorazes
E a metafísica até
Permitiu mesmo ao “José”
Fazer com a vida as pazes
–
Com seus escritos tenazes
Foi diluída a verdade
Em meio às entrelinhas
Nos libertando das grades
Com a palavra que cura,
Um viva à Literatura
De Carlos Drummond de Andrade!”
Achei bem bacana e gostaria de saber como faço para encomendar um cordel de convite de aniversario de 60 e 32 anos tudo junto.